sábado, 14 de agosto de 2010

O grande dia

La estava ele, frente a frente com um dos seus maiores medos, desafios, inimigo. Roberto estava sozinho com ele. Sempre havia evitado-o, quando esbarrava em seu ombro procurando uma brecha ou quando batia em seu estômago, fazendo-o perder o fôlego. Mesmo assim nunca reagia, apenas olhava e evitava um possivel embate. As pessoas ao seu redor nada poderiam fazer, seriam apenas coadjuvantes desse confronto.

Mas Roberto não estava mais com medo. Queria enfrentá-lo, olhar em seus olhos e revidar. Revidar os olhares de lado, encarando-o, provocando-o. Não tinha mais medo de puxar o ar, após o soco no estômago, e dizer tudo que estava preso em sua garganta durante todo esse tempo. palavras nunca ditas antes.

Já tinha apanhado demais, dos seu socos covardes, acertando-o quando estava desprevinido. Ficava tonto, zonzo, sem saber o que fazer, sem reação. Mas agoria seria diferente. Estava pronto para os socos. E iria deixá-lo acertar.

O suor que corria na suas mãos não era mais de medo, o calafrio na sua barriga não era devido aos milhões de socos que já havia tomado dele. O seu coração batia forte, forte como nunca bateu antes. Mas ao mesmo tempo, ele batia calmamente. Não imaginava que isso podia acontecer. Mas lá estava ele e ela. E ela estava incrivelmente linda.

Ela estava com uma leve maquiagem, um blush, brilho nos lábios, um vestidinho roxo. Por incrivel que pareça o mesmo vestido do primeiro dia que se encontraram. Ele havia fugido desse confronto por muito tempo, mas não queria mais, não conseguia. O amor estava na sua frente, perfeito como nunca havia estado antes. Estava pronto. Ele a amava.